Notícia

Esposa de Bolsonaro é citada como beneficiária de dinheiro suspeito

6 dezembro, 2018

A futura primeira-dama da República Michelle Bolsonaro recebeu um cheque de R$ 24 mil de Fabrício José Carlos de Queiroz, que trabalhou por cerca de 10 anos como motorista e segurança do deputado Flávio Bolsonaro. Exonerado do cargo somente em outubro passado, Fabrício foi delatado por seu banco às autoridades por ter movimentado R$ 1,2 milhão em “transações suspeitas”, ao longo de 2016.
A instituição financeira entendeu que ele não tinha renda nem patrimônio compatíveis com a movimentação. O caso foi revelado pelo Estadão, nesta quinta-feira (6). O nome de Fabrício aparece no relatório que o Coaf produziu a pedido do Ministério Público Federal sobre assessores da Assembleia Legislativa do Rio que tenham sido delatados por instituições financeiras por causa de movimentações suspeitas que somam mais de R$ 200 milhões.
A lista de assessores tem 22 nomes. Fabrício é o 20º. O documento pautou a Operação Furna da Onça, que levou à prisão 10 deputados estaduais por esquema de mensalinho. Mas Flávio e Fabrício não foram atingidos.
Uma das transações na conta de Fabrício “é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. A compensação do cheque em favor da mulher do presidente eleito Jair Bolsonaro aparece na lista sobre valores pagos pelo PM.”
O relatório diz que “constam como favorecidos a ex-secretária parlamentar e atual esposa de pessoa com foro por prerrogativa de função – Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, no valor de R$ 24 mil.”
Entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, o Coaf também encontrou cerca de R$ 320 mil em saque na conta mantida pelo motorista do filho de Bolsonaro. Desse total, R$ 159 mil foram retirados numa agência bancária no prédio da Assembleia do Rio.
“Também chamou a atenção dos investigadores as transações realizadas entre Queiroz e outros funcionários da Assembleia. O documento lista todas as movimentações e seus destinatários ou remetentes“, acrescentou o diário.
O Coaf também foi notificado pelo banco de transações que ocorreram após o período relacionado aos R$ 1,2 milhão. Entre janeiro e abril de 2017, Fabrício teria sacado, em 10 transações fracionadas, cerca de R$ 49 mil que poderiam “configurar uma possível tentativa de burla aos controles”.
Flávio Bolsonaro mandou a assessoria de imprensa dizer ao jornal que conhece Fabrício há 10 anos, com quem nutre uma relação de amizade e confiança, e que, ao longo da parceria, não tomou conhecimento de fatos que “desabonem” o profissional. Ainda de acordo com o deputado, Fabrício pediu a exoneração em outubro passado.
Como assessor parlamentar, ele recebia R$ 8,5 mil do gabinete de Flávio Bolsonaro. Além disso, ganhava mais R$ 12 mil de remuneração da Polícia Militar. A soma dos dois rendimentos, ao longo de 1 ano, dá menos de um quarto dos R$ 1,2 milhão classificados como suspeitos.
 
Fonte: Pragmatismo Político 

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