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Frentes divulgam orientações à militância para reta final da campanha

19 outubro, 2018

Reunidas nas última quinta-feira (18/10), em São Paulo, as frentes Brasil Popular (FBP) e Povo Sem Medo (FPSM) elaboraram um documento unificado com orientações para a militância na luta contra o projeto fascista de Bolsonaro e em defesa de Haddad e da Democracia. O texto traz orientações sobre organização, mobilização, comunicação e discurso para esta reta final do segundo turno das eleições.
Trata-se de indicações de “algumas tarefas que são urgentes e que devem ser desenvolvidas em todas as cidades onde estivermos organizados”. Abaixo, a íntegra do documento:
 
Companheiros e companheiras,
 
Diante do momento político extremamente grave que vivemos a Frente Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular apresentam, de maneira unitária, um conjunto de desafios urgentes para a militância para derrotar Bolsonaro e eleger Fernando Haddad Presidente da República.
 
Estas eleições são decisivas. Não são apenas plataformas eleitorais antagônicas, que se colocam em oposição no que diz respeito à soberania nacional, aos direitos trabalhistas, às políticas sociais e ao papel do Estado brasileiro na promoção do desenvolvimento e na redução das desigualdades.
 
A democracia brasileira está, mais uma vez, sob ataque! Estão em jogo os princípios elementares que permitem a manifestação política, o debate transparente e civilizado de ideias e projetos para o país. Os inúmeros episódios de violência praticados por apoiadores de Bolsonaro, a história e as reiteradas e documentadas manifestações de desprezo à democracia por parte desse candidato e, por fim, o escândalo tornado público esta semana, de financiamento ilegal e manipulação de redes sociais comprovam isso.
 
Embora estejamos em uma situação bastante desvantajosa, entendemos que esta eleição não está perdida. Será uma disputa voto à voto. Mas para que tenhamos expectativa de vitória é preciso reunir todas as forças progressistas e democráticas em torno da conquista de uma maioria eleitoral favorável à Haddad.
 
Nesse sentido, listamos aqui algumas tarefas que são urgentes e que devem ser desenvolvidas em todas as cidades onde estivermos organizados:
 
1 – Organização:
 

  1. a) Devemos organizar plenárias reunindo os/as militantes das organizações populares, mas abertas a todos/as que desejem se somar.

 

  1. b) Estas plenárias devem servir para motivar a militância, sistematizar argumentos para campanha e principalmente organizar as ações nesta reta final de campanha.

 

  1. c) As ações de campanha devem priorizar o diálogo corpo a corpo com os eleitores, mais do que a distribuição de material em locais de fluxo, é preciso multiplicar os mutirões porta-a-porta, as pequenas carreatas e caravanas, as intervenções no transporte coletivo, etc. É fundamental ouvir e conversar com as pessoas sobre o momento político e o que está em jogo nessa eleição.

 

  1. d) Devemos orientar a militância a virar votos no seu circulo social (família, trabalho, escola, igreja, etc.), entrando em contato com parentes, amigos e colegas. É preciso alertar sobre a gravidade de vivermos sob um governo Bolsonaro. É fundamental que cada pessoa assuma o compromisso de virar pelo menos um voto em favor de Haddad.

 

  1. e) O ódio e a raiva não nos representam. Fazemos política na esperança e luta por dias melhores para todos/as. Por isso rechaçamos com toda a nossa força que a violência faça parte da disputa política. Somo muitos! Por isso somos fortes! Faça campanha de maneira coletiva, em grupos, não aceite provocações e registre em áudio e vídeo quaisquer ameaças.

 
2 – Mobilização:

  1. a) No próximo sábado, dia 20 de Outubro estamos convocando um dia nacional de mobilização contra Bolsonaro com a realização de atos em todas as cidades/regiões aos moldes do que foram as mobilizações do dia 29/09 (#EleNão). Desta vez buscamos ampliar ainda mais o alcance da mobilização, envolvendo todos/as comprometidos com a democracia, e defendendo explicitamente o voto em Haddad para derrotar Bolsonaro. (#HaddadSim #Agoraé13).

 

  1. b) As Frentes devem se somar aos coletivos que estão organizando os atos nas cidades, e convocar atos nas cidades onde não houver nenhum agendado.

 

  1. c) Onde for possível, sempre em diálogo com as organizações locais que estão construindo o ato, devemos convocar os atos com a chamada que está na convocatória em anexo “Todas e Todos pelo Brasil: em defesa da democracia e dos direitos”.

 

  1. d) A mobilização do adversário está convocada para o domingo dia 21, é fundamental que façamos um grande esforço de mobilização para os nossos atos, para demonstrar a nossa força, alegria e disposição de defender a democracia e os direitos do povo.

 

  1. e) No domingo, dia 21 de outubro, cada cidade deve organizar a reprodução e mutirões de panfletagem de dois materiais: i) O manifesto de entidades católicas por democracia e mudança com justiça e paz (http://bit.ly/2NQsJEi) na saída das missas; ii) A carta de Haddad dirigida aos evangélicos/as na saída dos cultos (http://bit.ly/2P7curc).

 

  1. e) No dia 24 de Outubro teremos a realização de um Ato Nacional em São Paulo, um grande comício com a presença de Haddad, organizado pelas Frentes na Avenida Paulista.

 

  1. f) Por fim, no dia 27 de Outubro, véspera da eleição a orientação é construirmos um novo dia de mobilização nacional, com a realização de atos e todo tipo de atividade massiva e de visibilidade da campanha em todas as cidades. A eleição será decidida nos últimos dias e horas.

 
3 – Comunicação
 

  1. a) Sabemos que o crescimento da candidatura Bolsonaro está diretamente relacionado ao domínio de Tecnologias de Informação que lhe possibilitam manipular as redes sociais a seu favor. Nesta quinta (18), os jornais dão destaque para forma ilegal e criminosa como essa manipulação tem sido financiada e executada.

 

  1. b) Diante desta ofensiva que estamos sofrendo nas redes, é fundamental desenvolvermos algumas iniciativas para instrumentalizar a disputa de ideias nas redes sociais em especial no Whats app. Nesse sentido pedimos que o número 11 99690-3298 seja adicionado a todos os grupos de militantes que tenhamos acesso nos estados. Isso possibilitara um fluxo direto de informações, cards, memes e vídeos que ajudem a militância a travar o debate nas redes.

 
4 – Discurso
 

  1. a) A campanha é curtíssima. Restam-nos 10 dias! Por isso nosso diálogo com a população deve se concentrar na escolha que as pessoas deverão fazer na urna, no dia 28. Não há tempo, nem é nosso objetivo, nesse momento discutir valores e opiniões morais ou religiosas.

 

  1. b) Por isso nosso discurso deve se concentrar no significado e nas conseqüências das posições e propostas do candidato Bolsonaro para o povo brasileiro em geral e para os públicos específicos que estivermos em diálogo (trabalhadores/as urbanos ou rurais, do serviço público ou da iniciativa privada, mulheres, negros/as, jovens, LGBTs, etc.). Nosso projeto é claro, nossas propostas são concretas, devemos explorar essa vantagem diante dos chavões sem conteúdo utilizados pela campanha adversária e que apontam para uma sociedade cada vez mais desigual.

 

  1. c) Não é a nossa opinião nem a do eleitor sobre qual a melhor configuração de família, por exemplo, que está em jogo. São as condições que qualquer família terá para obter seu sustento (emprego e direitos trabalhista), acessar serviços públicos (transporte, saúde, educação, etc.), se aposentar, sonhar com moradia digna ou sentir-se seguro de acordo com a escolha que faça nessas eleições.

 

  1. d) Inúmeros portais organizam informações sobre as posições de cada candidato sobre diferentes temas e suas propostas para grandes problemas do país. Já que ele não vai ao debate, nos preparemos para o debate com o povo:

– https://www.saidomuro.com/
– https://sobrebolsonaro.com
– https://www.obrasilfelizdenovo.com/
 

  1. f) Nossa geração política foi forjada na luta contra a ditadura e pela redemocratização do país. Somos, portanto, guardiões da democracia e da constituição. As ameaças autoritárias que tentam incutir à esquerda não se sustentam diante de um mero olhar sob a nossa história pessoal e militante e de quaisquer das nossas lideranças. Já o outro lado destila seu saudosismo da ditadura e dos anos de chumbo. Quem de fato ameaça a democracia brasileira? Um projeto construído na luta contra a ditadura que já governou o país por mais de uma década, com inúmeros ganhos sociais ou um candidato que se fez na política atacando justamente a democracia que permitiu que ele fosse eleito parlamentar sucessivas vezes?

 

  1. g) Somos todos contra a corrupção! Para nós o melhor combate a corrupção é a transparência, a inteligência e liberdade de ação dos órgãos de controle e investigação e, principalmente, o envolvimento da população nas decisões! Não queremos déspotas de nenhum tipo, nem esclarecidos e muito menos os ignorantes. Defendemos o respeito às leis, por todos e para todos, corruptores de todo o tipo e corruptos de todos os partidos. Defendemos o devido processo legal, o direito de defesa e a presunção de inocência. Por isso acusamos o uso partidário – por procuradores, juízes e políticos – da bandeira da luta contra a corrupção para desviar a atenção do eleitor dos seus projetos que roubam o povo pela via legal, mas imoral, da entrega do governo e do dinheiro público ao interesse privado das corporações e banqueiros em detrimento da população.

 
Vamos todos às ruas lutar pelo Brasil!
 
Até a vitória!
 
Haddad 13 Presidente!
 
Frente Brasil Popular
Frente Povo Sem Medo

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