Notícia

Acordo com a Schin será investigado pela Câmara Municipal

11 fevereiro, 2016

O vereador Everaldo Augusto vai realizar uma audiência pública para discutir e apurar eventuais irregularidades no acordo firmado entre a prefeitura e a Schin que resultou em exclusividade da cervejaria no carnaval de Salvador. A decisão foi tomada em virtude das várias queixas recebidas pelo vereador nas ruas, durante visitas aos camarotes e o protesto feito nesta segunda-feira (08/02), na Barra, por vendedores ambulantes que tiveram suas mercadorias apreendidas por agentes municipais.
Membro da Comissão do Carnaval e presidente da Comissão de Direitos dos Cidadãos (CDC) da Câmara, Everaldo pretende reunir o colegiado das duas comissões, consumidores e comerciantes prejudicados com o negócio. “Faremos contato com o Procon, com a Comissão de Defesa do Cidadão da OAB, com a Comissão semelhante da Assembleia Legislativa, com entidades carnavalescas e empresariais para discutir o financiamento do carnaval e os contratos feitos pela prefeitura. Este tipo de financiamento, que concede exclusividade a uma única cervejaria, pode até resolver um problema momentâneo de caixa da prefeitura, mas causa um dano irreversível na autonomia do poder público em relação a iniciativa privada. Além de configurar desrespeito ao consumidor, que tem seu direito de escolha negado”, afirmou.
Cidade vendida
O parlamentar destacou como positiva a participação do governo do estado na festa. “O governo financia metade dos gastos do Carnaval e não faz nenhum leilão entre empresas para ver quem dá mais ou quem terá exclusividade no marketing”.
Para Everaldo, é má fé a tentativa da bancada do prefeito de comparar o Carnaval com a Copa do Mundo. “Ao contrário do Mundial, que é de iniciativa privada e as pessoas compram ingressos para assistir aos jogos e dentro do estádio e Fifa é quem determina o que pode e o que não pode, o Carnaval é uma festa pública e deveria ser bancada pelo poder público, cuja fonte é o contribuinte, o cidadão que paga impostos. Portanto, é falsa a afirmação dos líderes do governo de comparar uma coisa com a outra. É má fé. A Câmara de Vereadores não pode ficar calada enquanto a cidade está sendo vendida”, finalizou.

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