O dirigente estadual e nacional do PCdoB Cacique Aruã (BA) comemorou a notícia da criação do Ministério dos Povos Originários, anunciado pelo presidente eleito Lula (PT), para o novo governo. Segundo a liderança, a construção da nova pasta é um reconhecimento da luta centenária da população indígena no Brasil, iniciada no século XVI, e será uma importante referência de política pública.

“Pra gente, enquanto povos e comunidades indígenas do Brasil, o Ministério Indígena ou dos Povos Originários será uma referência da constituição e efetivação das políticas públicas mais específicas e diferenciadas dos povos indígenas”, disse o Cacique Aruã, que ainda lembrou que, “desde a invasão portuguesa, o nosso povo vem fazendo a resistência, para poder existir”.

Aruã ainda afirmou que o momento é de otimismo não só em relação ao Executivo federal, mas também ao Legislativo, pela eleição de duas lideranças indígenas para a Câmara dos Deputados, o que resultará na ampliação da voz dos povos originários em Brasília. As eleitas são do PSOL: Sônia Guajajara (SP) e Célia Xakriabá (MG).

Há uma expectativa também, segundo o Cacique Aruã, pela reconstrução da Funai (Fundação Nacional do Índio) no governo Lula, para que ela volte a ser um órgão de proteção. “A Funai do governo Bolsonaro está contra os direitos indígenas. Travou todos os processos de demarcação de terras indígenas no Brasil e foi militarizada”, destacou.

Com o novo cenário para a luta dos povos originários no país, o dirigente do PCdoB espera que seja dado “um salto na garantia e promoção dos direitos indígenas no Brasil”, a partir de 2023.