Notícia

Forte do Barbalho pode ser o maior centro de memória da ditadura

9 fevereiro, 2015

Os integrantes da Comissão Estadual da Verdade da Bahia (CEV-BA) se reuniram, na última sexta-feira (6/2), com o secretário estadual da Casa Civil, Bruno Dauster, para discutir as demandas do grupo, que investiga as violações de direitos humanos na Bahia, durante a ditadura militar (1964-1985). Na pauta, estava a discussão o futuro do Forte do Barbalho, em Salvador, para onde muitos presos políticos foram levados e torturados pelos militares.
O secretário Dauster foi uma das vítimas da ditadura – foi preso e torturado – e sugeriu que o Forte seja transformado no principal centro de memória da ditadura na capital baiana, por ter sido o maior local de tortura de presos políticos. De acordo com o secretário, o Forte do Barbalho é o espaço mais representativo da memória da ditadura.
No local já existe uma placa na entrada e foi preservada uma cela, onde presos eram torturados. Outro local que está sendo transformado em espaço de memória é a Galeria F, ala onde ficavam os presos políticos na Penitenciária Lemos Brito, por meio de convênio entre a CEV e a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap).
Mais dois centros são a casa de Carlos Marighella, na Baixa dos Sapateiros, e o Memorial aos Mártires, em homenagem a Carlos Lamarca e José Campos Barreto, assassinados em 1971, no povoado de Pintadas, em Ipupiara, município localizado no centro sul baiano.
No encontro, Dauster também garantiu apoio aos integrantes para as ações de execução imediata. Entre as ações, estão a melhoria das instalações dos locais de pesquisas, contratação de pessoal técnico e ampliação do setor de comunicações, com novas formas de divulgação do trabalho realizado pela comissão.
Apurações
Com os trabalhos de investigação, a Comissão já identificou 538 pessoas vítimas da repressão política no estado. Dos 426 brasileiros mortos ou desaparecidos, 34 eram baianos e, entre esses, dez tombaram na Guerrilha do Araguaia. Foram ouvidas 69 pessoas em Salvador e Feira de Santana, incluindo vítimas e parentes de vítimas da ditadura.
A Comissão Estadual da Verdade é composta pelo jornalista Carlos Navarro, que atualmente é o coordenador, as professoras Amabília Almeida e Dulce Aquino, o professor Joviniano Neto, o jornalista Walter Pinheiro e os advogados Jackson Azevedo e Vera Leonelli.
 
Da Redação
*Colaborou Secom

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