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Colombiano e Catarina são homenageados na Assembleia Legislativa

7 agosto, 2015

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Geraldo Galindo é irmão de Catarina e falou em nome da família


 
Dirigentes, militantes e parlamentares do PCdoB se reuniram, em mais uma atividade pública, para cobrar celeridade no julgamento dos assassinos de Paulo Colombiano e Catarina Galindo, militantes comunistas mortos em 2010. Nesta sexta-feira (7/8), uma sessão especial proposta pela bancada do partido foi realizada na Assembleia Legislativa do Estado (AL-BA) para homenagear o casal e denunciar a impunidade em torno do caso, que completou cinco anos no último dia 29 de junho.
Compuseram a mesa o presidente estadual do PCdoB, Daniel Almeida, e o vice, Davidson Magalhães; os dirigentes Péricles de Souza e Geraldo Galindo (irmão de Catarina); os deputados estaduais Bobô e Zó; o vereador da capital Everaldo Augusto; além de Hélio Ferreira (Sindicato dos Rodoviários), Luiz Gavazza (Bahiagás) Jeferson Braga (OAB), Rosa de Souza (CTB), Elias Dourado (Sudesb) e César Monteiro (Defensoria Pública).
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A sessão contou com representantes dos movimentos social e sindical.


Na cerimônia, que lotou o plenário da Asssembleia, também estiveram familiares e amigos das vítimas, deputados de outras legendas e representantes dos movimentos social e sindical. Em nome da bancada do PCdoB na Assembleia, o deputado Zó, proponente da sessão, justificou que a iniciativa é um pedido à Justiça baiana de celeridade e de tratamento igualitário. Para ele, os acusados do mando do assassinato estão sendo privilegiados no processo pela boa condição financeira que possuem.
“Que eles [os acusados do assassinato] sejam levados ao banco de réus, que é o lugar de quem comete crimes, independente da condição social”, afirmou Zó, durante o discurso. Geraldo Galindo, que falou em nome da família das vítimas, reforçou o que disse o parlamentar e acrescentou que o desejo não é o de obter um tratamento diferenciado dos magistrados em relação ao caso, mas ter, pelos menos, uma perspectiva de quando haverá o julgamento.
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Zó falou em nome da bancada do PCdoB na Assembleia


Segundo Galindo, o processo está parado porque o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-BA) ainda não julgou os recursos impetrados pela defesa para que os réus não sejam levados a júri popular. “Queremos que a Justiça faça o seu papel rigorosamente, apenas. Entendemos que existe o direito à ampla defesa, mas já se passaram cinco anos e não há perspectiva alguma de julgamento. Mas, mesmo com todo esse ritual protelatório, não desistiremos e os assassinos pagarão caro”.
Ao cobrar agilidade, Daniel Almeida afirmou que, quando há vontade, a Justiça trabalha com rapidez, como na recente sentença da chacina no bairro do Cabula, que inocentou os policiais acusados de matar 12 pessoas em fevereiro desse ano. “Não vamos permitir a impunidade”, garantiu o presidente estadual. O vice, Davidson Magalhães, completou exigindo que o Judiciário julgue “casos envolvendo gente do povo com a mesma celeridade que julga quando existe a pressão da TV”.
Um vídeo com a declamação de um poema em homenagem ao casal foi exibido durante a atividade. O texto é de Yang Mendes, vizinho de Colombiano e Catarina por 20 anos, e foi escrito por ele após o velório das vítimas, em 2010. Assista ao vídeo no fim da matéria.
O caso
Além da militância no Partido Comunista, Colombiano também era tesoureiro do Sindicato dos Rodoviários e foram as atividades desenvolvidas na entidade que motivaram o crime, segundo a polícia. O dirigente sindical estava investigando uma suspeita de fraude em um contrato com o plano de saúde do sindicato, de responsabilidade da empresa MasterMed.
Entre 2005 e 2010, os desvios da empresa já chegavam a R$ 35 milhões, ainda segundo o inquérito. Os donos da MasterMed, o oficial aposentado da PM Claudomiro César Ferreira Santana e o médico Cássio Antônio Ferreira Santana, que são irmãos, são acusados de serem os mandantes do crime. A execução teria sido feita pelos funcionários, identificados como Daílton Jesus, Edilson Araújo e Wagner Souza.
No ano passado, a Justiça chegou a anunciar que os réus iriam a júri popular, mas os acusados recorreram da decisão e, até o momento, o julgamento ainda não foi marcado.
Memória
Na ocasião, o vereador Everaldo Augusto anunciou a elaboração de uma proposta de sua autoria na Câmara Municipal de Salvador (CMS) que objetiva batizar ruas da capital baiana com os nomes Paulo Colombiano e Catarina Galindo. Segundo o edil, essa é uma maneira de manter viva a memória do casal de militantes, considerado um exemplo de coerência e de luta.
Everaldo Augusto também sugeriu que a Assembleia enviasse ao Tribunal de Justiça um pedido formal de celeridade no julgamento do caso, como fez a Câmara de Vereadores. Em junho, quando se completou os exatos cinco anos das mortes, a Câmara também realizou uma sessão em homenagem às vítimas, por iniciativa da bancada do PCdoB.
 

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