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Conheça os dois novos deputados estaduais do PCdoB-BA

7 outubro, 2014

Bobo e zo
Um está eternizado em uma canção de Caetano Veloso, gravada pela irmã, MariaBethânia. “Quem não amou a elegância sutil de Bobô”, diz a letra de Reconvexo, uma declaração da paixão que a Bahia tem por um dos maiores ídolos do futebol baiano. O outro é a cultura popular em carne e osso. É do forró, do repente, da sanfona. É do sertão, do Rio São Francisco. É de Juazeiro, que também se eternizou na música “Juazeiro Petrolina”, de Alceu Valença.
Mas a diferença mais visível entre os dois novos deputados do PCdoB na Assembleia Legislativa parece estar mesmo é no nome. Enquanto o ídolo do futebol é Raimundo, um dos nomes mais populares no Nordeste, o juazeirense foi batizado com o incomum C-R-I-S-Ó-S-T-O-M-O. Para a facilidade geral, Crisóstomo atende também por Zó, assim como Raimundo responde por Bobô. Os donos dos dois apelidos singelos se juntam ao reeleito Fabrício Falcão para formarem a bancada comunista estadual.
Estreiam no parlamento estadual em 2015, mas não na vida pública. Técnico em Agropecuária por formação, Zó iniciou a militância ainda nos tempos de estudante, quando ingressa no PCdoB. Foi vereador por três vezes em Juazeiro, onde esteve na Presidência da Câmara, em 2009/2010. No ano seguinte [2011], assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Social e Cultura de Juazeiro, ao lado do prefeito Isaac Carvalho, também do PCdoB.
Bobô, que é uma das estrelas da conquista do Campeonato Brasileiro de 1988 pelo Bahia, se tornou um dos principais nomes na luta pela defesa do esporte na Bahia. Com a primeira eleição do governador Jaques Wagner (PT), em 2006, o esportista foi convidado para assumir a Sudesb (Superintendência dos Desportos do Estado) e fez parte da preparação da Copa. Na direção-geral da entidade, permaneceu até meados de 2014, quando saiu para concorrer às eleições.
O Vermelho conversou com os dois novos deputados, após o resultado, e eles falaram da conquista e das expectativas que possuem para quando assumirem as cadeiras na Assembleia, em janeiro de 2015.
– Como recebeu a notícia da eleição?
Bobô – É uma adrenalina muito grande. Fiquei muito feliz porque essa é a primeira candidatura nossa. Eu não tinha muita experiência na política. Agora tenho uma grande honra de ser eleito deputado e estou consciente de que tenho uma responsabilidade muito grande. Agradeço ao Partido, eleitores, amigos, por acreditarem na nossa candidatura. Não farei um trabalho sozinho. Será um mandato coletivo.
Zó – Recebi com muita satisfação. Foi resultado de um trabalho que a gente faz e da força de um grupo daqui da região de Juazeiro, que tem apoio estadual e federal. Sou muito grato por ter sido o deputado mais votado na Região de São Francisco.
– A que atribui o êxito no processo eleitoral?
Bobô – O trabalho ao longo dos anos. Também ao grupo de pessoas que compreenderem e defenderam esse projeto, essa coisa nova na Bahia que é ter um deputado do esporte. Também tive o apoio dos prefeitos e vereadores no interior. E de muitas pessoas que nos apoiaram pela consciência de ter uma pessoa nova na Assembleia. Não foi só a torcida do [Clube de Esporte] Bahia.
Zó – Ao alinhamento político que a gente tem. Temos um grupo político fechado, liderado pelo prefeito Isaac Carvalho. Todo mundo se uniu em torno da nossa candidatura, com o apoio do Partido e de Wagner, Lula, Dilma.
– Quais as bandeiras vai levantar na Assembleia?
Bobô – Além do esporte, valorização do Trabalho e do trabalhador, que é uma bandeira histórica do PCdoB. Avançar mais nas conquistas, em investimento de políticas de inclusão. Investimentos em saúde, cultura e educação, pensando muito no acesso da juventude.
Zó – A principal é a reparação histórica com o sertão. Lula e Wagner vêm fazendo isso, mas precisamos aprofundar. Ainda há uma disparidade entre nossa região e as outras regiões do Estado. Eu quero ser, necessariamente, um representante dos baianos, mas principalmente do Norte e do sertão baiano.
 

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