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Daniel Silveira é um dos cadáveres vivos da ditadura, diz irmã de vítima do regime

19 fevereiro, 2021

Após a divulgação do vídeo em que o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) faz ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e pede a volta do Ato Institucional nº 5 (AI-5), um dos mais repressivos da ditadura civil-militar (1964-1985), familiares de vítimas do regime condenaram as declarações do parlamentar. Um deles foi Sônia Haas, irmã de João Carlos Haas Sobrinho, médico gaúcho desaparecido na Guerrilha do Araguaia.

Vivendo hoje na Bahia, Sônia se tornou uma militante em defesa da memória das atrocidades cometidas na ditadura, um movimento que busca ‘lembrar para que nunca mais aconteça’. Ela disse que sentiu nojo ao ver, na TV, as imagens em que o deputado Daniel Silveira faz as declarações pró-regime, algo que, para ela, representou uma monstruosidade.

“Tenho a dizer que ele [deputado Daniel Silveira] é um dos cadáveres vivos da ditadura. Todos são monstros, horripilantes.”, afirmou Sônia, que ainda não pôde, junto com a família, enterrar os restos mortais do irmão, assassinado pelos militares no ano de 1972, provavelmente.

João Carlos Haas Sobrinho era um dos integrantes do movimento do Partido Comunista de enfrentamento à ditadura, entre as décadas de 1960 e 70, na região amazônica, ao longo do Rio Araguaia – por isso o nome Guerrilha do Araguaia. Cerca de 60 guerrilheiros foram assassinados pelos militares.

Eleito pelo PSL do Rio de Janeiro, o ex-policial militar Daniel Silveira é aliado e defensor do presidente Jair Bolsonaro, que também faz declarações públicas em defesa da ditadura e de torturadores. O parlamentar foi preso, por ordem do STF, após a divulgação do vídeo com os ataques aos ministros da Corte e às instituições democráticas.

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