O ex-senador Demóstenes Torres (DEM), cassado por envolvimento com a máfia do jogo do bicho, produziu um artigo no dia 31 de março, em que faz ataques contra o atual senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), rotulando-o de “traidor”, “ladrão”, “verme” e outros adjetivos pesados. O líder da bancada ruralista e principal representante do latifúndio no Congresso Nacional respondeu no mesmo tom e disse estar pronto para enfrentar “um bandido”.
Na tréplica, o ex-procurador disse que Ronaldo Caiado cairá nos próximos dias, pois teria provas de que o senador teve campanha financiada por Carlinhos Cachoeira, o comandante da máfia da jogatina, o mesmo que o financiava. Demóstenes também acusou o senador Agripino Maia (DEM-RN) de ter sido beneficiado pelo “esquema de Goiânia”, sem explicitar o que seria o tal esquema.
Ao se referir sobre o futuro de Ronaldo Caiado, o ex-principal expoente do DEM no cenário nacional terminou envolvendo também outro membro importante da legenda, o prefeito de Salvador: “Seguirá as ordens de seu chefe político ACM Neto, que financiou sua última campanha em Goiás e que lhe assegurou, caso perdesse a eleição, o confortável posto de secretário de saúde em Salvador, em cuja região Caiado costuma passar suas férias às expensas da empresa OAS.
Na resposta a Demóstenes sobre esse trecho, Ronaldo Caiado afirmou: “Há vários anos passo o Réveillon na companhia de Carlos Suarez, meu amigo e padrinho de minha filha caçula, que há anos não faz mais parte da OAS. Nossas esposas são amigas fraternas desde a infância na Bahia”. No entanto, ele não contestou que teve a campanha financiada pelo prefeito de Salvador e nem que fora convidado para ser secretário de saúde em Salvador, caso perdesse a eleição.
Diante as circunstâncias, algumas perguntas ficaram sem respostas. É verdade que ACM Neto financiou a campanha de um senador no estado de Goiás? Se sim, com quais objetivos? De onde saíram os recursos? As doações foram legais?  É verdade que o prefeito convidou o então candidato Ronaldo Caiado para ser secretário da Saúde em Salvador (caso perdesse a eleições), mesmo sabendo que a cidade possui inúmeros quadros qualificados para ocupar a pasta?