Notícia

Deputado Zó solicita audiência pública sobre privatização da Eletrobras/Chesf

Via Ascom/ Zó Lima
5 março, 2021

Diante da votação da Medida Provisória (MP) 1031/2021 na Câmara dos Deputados, proposta pelo Governo Federal, que prevê a privatização da Eletrobras/Chesf, o deputado estadual Zó Lima (PCdoB-BA) fez requerimento, nesta quarta-feira (3), à mesa diretora da Assembleia Legislativa da Bahia para uma Audiência Pública especial e urgente, com o intuito de debater com parlamentares e sociedade civil sobre os impactos que a entrega do patrimônio público à iniciativa privada terá na população do Nordeste e na gestão da água do Rio São Francisco.

Caso o Governo Bolsonaro consiga vender a Chesf, serão prejudicados, diretamente, concursados das Chesf (3.816 empregados), eletricitários, prestadores de serviços, pescadores, produtores agrícolas e trabalhadores da agricultura familiar, além de toda a população da região. Criada em 1945 e constituída em 1948, a Chesf congrega, atualmente, 12 hidrelétricas, sendo 8 no São Francisco, 2 no Rio de Contas(BA), 1 no Rio Parnaíba(PI) e 1 nos Rios Piancó e Aguiar(PB), fornecendo mais de 50 mil GWh de energia, além de uma usina térmica a Biocombustível.

“Não podemos deixar que este patrimônio se perca. Estamos entrando com uma solicitação de Audiência Pública especial na Assembleia Legislativa da Bahia para tratar deste tema, pois a MP 1031/2021 está pautada na Câmara dos Deputados, e não vamos deixar que a Chesf seja entregue. O Rio São Francisco é nosso e vamos continuar lutando por ele”, conclama o deputado Zó. A Chesf é responsável pela geração de empregos, desenvolvimento social e tecnológico, geração de renda, política de meio ambiente, relação com a cultura regional e a história nordestina, e isto tudo pode desaparecer com a privatização da companhia.

“É um patrimônio do Nordeste. Está na história nordestina e continua tendo uma responsabilidade direta no desenvolvimento da região. Entregar esta instituição pública para agradar a empresários brasileiros e estrangeiros que não ligam para o nosso povo é um risco muito grande. Além disso, vender a Chesf é vender a água do São Francisco para alguém que pouco vai se importar. Não vamos permitir esta política de lesa pátria de Bolsonaro e Paulo Guedes. Como disse o ministro Ricardo Salles, estão aproveitando o momento de pandemia para ‘passar a boiada’ e vender o Brasil. Vamos à luta!”, reitera o Zó.

Dentre a classe dos eletricitários, o momento é de tensão. “É uma empresa pública que, desde a sua existência, viabilizou e garantiu a energia imprescindível para os programas de industrialização e desenvolvimento de todo o Nordeste. Acumula profundo conhecimento técnico e de gestão das águas do Rio São Francisco, a exemplo do controle de vazão para uso múltiplo do Rio. Além disso, promove diversos programas sociais aos ribeirinhos. A Chesf é um símbolo para a Bahia e o Nordeste. O apoio e empenho do deputado Zó é extremamente importante para promover o debate e convencimento da sociedade e classe política sobre os riscos que representa a entrega da Chesf e do Rio São Francisco ao capital estrangeiro”, relata Fabian Gonçalves, funcionário da Chesf, em Salvador.

 

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