Na manhã de quinta-feira (19), a Câmara Municipal de Salvador realizou uma sessão especial em comemoração ao Dia Nacional de Luta Antimanicomial. O evento reuniu representantes das secretarias de saúde estadual e municipal, movimentos sociais, usuários dos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) e familiares do professor Marcus Matraga, ativista assassinado no início desse ano.
A sessão foi promovida pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB), que aproveitou o momento para homenagear Marcus Matraga “uma pessoa amável e firme, que foi um dos principais responsáveis pelo movimento de luta antimanicomial no país”, destacou Aladilce. A esposa de Marcus, Marta Melo, cobrou das autoridades justiça e punição aos envolvidos no assassinato, lembrando que somente nesse ano outras três pessoas foram executadas no povoado de Pirajuína, onde Marcus morava e foi morto.
O professor também foi citado e homenageado por diversos participantes, incluindo pacientes com transtornos mentais que também aproveitaram a oportunidade para cobrar dos gestores públicos presentes melhorias nos atendimentos. Outras demandas apresentadas foram a exigência do fim dos manicômios na Bahia, o passe livre no transporte para usuários e funcionários dos CAPS, a criação do CAPS 13 e a melhoria da estrutura física e profissional dos centros de atendimento.
O Secretário de Saúde de Salvador, José Antonio Rodrigues, e o do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas também foram bastante criticados por funcionários e pacientes do CAPS. Se questionou o não cumprimento de acordos e a falta de diálogo das secretarias. Para Fabrício, portador de transtorno mental, a ausência dos secretários foi um sinal de que “nós não somos respeitados”.