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Em debate, a crise e o papel da esquerda

3 setembro, 2015

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O Brasil vive uma ameaça permanente de golpe, comandada pelas forças conservadoras, inconformadas com a derrota nas urnas, para tirar do poder a presidenta Dilma Rousseff através de vias ilegítimas. É neste momento que a esquerda tem de agir de maneira organizada, equilibrada e sábia. Para discutir estratégias, na terça-feira (01/09), representantes de setores progressistas se reuniram no Sindicato dos Bancários da Bahia, para participar do seminário A crise política e os partidos de esquerda.
Apresentador do debate, o presidente do Sindicato, Augusto Vasconcelos, enfatizou que é preciso união. “Vivemos em um clima de incitação ao ódio. Precisamos de unidade entre todos os setores que fazem o enfrentamento à ganância do capitalismo, em defesa da justiça e da soberania nacional. É necessário barrar as tentativas de desestabilização institucional”.
O professor aposentado da UFBA, secretário de Planejamento da Bahia e ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, destacou o papel do país durante a crise financeira mundial, que explodiu em 2008, e citou os últimos 12 anos exitosos em que a esquerda está no poder.
Durante os primeiros quatro anos, o governo manteve o tripé macroeconômico, composto pelo regime de metas de inflação fiscais e pelo câmbio flutuante, importantes para consolidar a estabilização e o maior crescimento da economia.
Inegavelmente, o país mudou de cara. Reduziu os níveis de desemprego, aumentou a distribuição de renda e investiu na política de valorização do salário mínimo. Mas, a trajetória de crescimento deu um freio, por conta da crise do capitalismo que atinge o Brasil e o mundo e, neste momento desafiador, unir forças é o que tem de ser feito.
Para Gabrielli, o perfil da mesa, com pluralidade de partidos, reflete a necessidade da conjuntura. “Ser de esquerda significa combater a concentração de renda e defender a redução das desigualdades sociais. É necessário reconstruir o que é importante para mobilizar”.
O jornalista e membro do secretariado nacional do PCdoB, José Reinaldo de Carvalho, também acha importante a correlação de forças. “As elites são herdeiras da Casa Grande. Por isso, precisamos fazer a batalha de ideias, enfrentar a classe dominante, o latifúndio, o monopólio, o capital. O processo de crescimento do Brasil corre risco de rupturas e truncamento”.
O discurso de unidade é unânime. A professora da UFBA e doutora em Ciências Sociais, Maíra Kubik, acha que é preciso se organizar, refletir e definir os pontos de convergência para caminhar junto e enfrentar o momento difícil.
A vice-presidente do PT, Luciana Mandelli, e o militante do MPL Salvador, Sou + Esquerda Unida e colunista da Caros Amigos, Walter Takemoto, mediaram os debates.
Bancários Bahia
 
 

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