Notícia

Ex-presidenta da UEB, Marianna Dias assume diretoria na UNE

29 julho, 2015

Nem bem acabou o mandato de dois anos (2013-2015) de Marianna Dias na presidência da União dos Estudantes da Bahia (UEB) e ela já estava de malas prontas para São Paulo. No 6º Congresso da UEB, que aconteceu de 10 a 12 deste mês, em Vitória da Conquista, entregou o bastão para a nova presidenta, Nágila Maria, e foi ser diretora de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE), entidade máxima da representação dos estudantes brasileiros. Não teve tempo nem de mudar a informação na página que possui na rede social Facebook.
Marianna chega à UNE em um momento conturbado para o Brasil. O cenário de crise na economia e na política impacta, também, a educação, setor que sofreu um corte de R$ 9 bilhões no orçamento da União, recentemente. A situação tem deixado as instituições públicas de ensino de portas fechadas, como é o caso da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em greve há mais de dois meses e com uma dívida que chega a R$ 28 milhões.
Consciente de que as “batalhas serão grandes”, Marianna afirma que aprendeu a ter coragem na condução da UEB e que a postura não vai ser diferente, agora. Estudante de pedagogia da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e única integrante da seção baiana da União da Juventude Socialista (UJS-BA) na UNE, ela deve permanecer em São Paulo até 2017, quando finda o mandato de dois anos. Confira a pequena entrevista que a nossa equipe fez com a nova diretora de Cultura da União Nacional dos Estudantes.
 
Como tem encarado essa nova tarefa?
Fazer parte da direção executiva da UNE é um imenso desafio, talvez, o maior da minha vida. A UNE é, na minha opinião, a entidade mais importante do Movimento social brasileiro, por isso é cobrada o tempo inteiro. A sociedade quer saber a opinião da UNE sobre todos os assuntos e isso torna o desafio gigantesco, mas, ao mesmo tempo, de uma satisfação grande.
Você esteve à frente da UEB nos últimos dois anos. Como avalia a experiência e de que forma ela pode contribuir para a nova missão?
Iniciei minha trajetória de militância na UEB, e pude aprender muito com a experiência, a princípio como diretora e, logo depois, como presidenta. A UEB me deu régua e compasso na vivência política, e é uma das páginas mais bonitas da minha história. Trago coragem, e isso eu aprendi a ter sendo presidenta da UEB.
Como pretende conduzir as questões de cultura na UNE?
A UNE compreende a cultura como peça fundamental na construção de uma universidade mais libertadora. Pretendemos, nessa gestão, regulamentar o direito à meia entrada, aprovada no estatuto da juventude, e, sem dúvidas, construir a 10° Bienal de Arte e Cultura da UNE, que é o maior festival de juventude da América Latina.
O Brasil vive um período de crise na economia e de ameaças à estabilidade política. Isso respinga na educação, que recentemente sofreu cortes significativos e os resultados já são visíveis nas instituições públicas de ensino. Como é chegar à UNE neste momento?
A UNE repudia todos os ajustes que prejudicam a educação e a classe trabalhadora. Logo após o 54° Congresso da UNE, estudantes de todo Brasil se organizaram em uma caravana rumo ao Ministério da Fazenda, em Brasília. Ocupamos a porta de Levy como forma de resistência contra os cortes na educação. Chegar na UNE nesse momento é ter a certeza que as batalhas serão grandes, mas a vontade de lutar pelo povo brasileiro é ainda maior.
 
Entrevista concedida a Erikson Walla

PCdoB - Partido Comunista do Brasil - Todos os direitos reservados