Notícia

OAB-BA promove painel sobre os 35 anos da explosão da carta-bomba

6 agosto, 2015

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O evento na OAB contou com a presença do ex-governador Waldir Pires, advogados e representação da Polícia Militar


Para reafirmar a democracia e não esquecer o mal causado pela ditadura, a Comissão da Verdade da OAB-BA promoveu o painel 35 anos da explosão da carta-bomba na OAB e morte de Lyda Monteiro. O encontro aconteceu na noite da quarta-feira (05/08), na sede da seccional, em Salvador, e contou com a presença do filho de Lyda, o advogado e professor Luiz Felippe Dias, do ex-governador Waldir Pires, advogados e familiares..
Em sua fala, Luiz Felippe, que é comunista, contextualizou o que representou a ditadura para o país, “época marcada por uma grande concentração do poder e censura da mídia, quando os direitos foram violados de forma absurda”.
Luz Felippe falou sobre atentado que vitimou sua mãe Lyda

Luiz Felippe falou sobre atentado que vitimou sua mãe Lyda


Sobre o ataque na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, em 27 de agosto de 1980, no Rio de Janeiro, que vitimou fatalmente sua mãe, funcionária da instituição desde 1937, o advogado afirmou que até hoje espera a verdade sobre o fato.
No mesmo dia, a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro e a sede do jornal ligado ao PCdoB, Tribuna da Luta Operária, também foram vítimas de atentados. Na Câmara, foram seis vítimas feridas e na sede do jornal o dano foi material.
“Eu já era advogado quando minha mãe morreu. A apuração do caso foi extremamente prejudicada, chegando ao ponto do retrato falado do suspeito não ter nariz e nem boca. Na época da ditadura as coisas aconteciam dessa forma”, declarou Luiz.
Memória
Segundo o advogado responsável pela Comissão da Verdade da OAB, Jeferson Braga, “o encontro é de memória, para que não esqueçamos o que aconteceu no Brasil com a ditadura e para que barbaridades como as ocorridas não se repitam.”
Joviniano Neto, presidente da Comissão Estadual da Verdade e integrante do grupo Tortura Nunca Mais, é necessário continuar a luta para preservar a história e trazer à tona o que aconteceu na ditadura. Ele destacou, ainda, o trabalho de competência realizado pela Comissão da Verdade da OAB, que não se furta em buscar desvendar o período marcado por grande intransigência e violação dos direitos civis dos brasileiros.
Luiz Viana Queiroz, presidente da OAB-BA, falou da importância da realização do painel e das ações promovidas pela Comissão da Verdade do órgão. “É preciso efetivamente apurar os fatos para desvelar a verdade sobre nossa história. Todos nós temos a responsabilidade em buscar sempre a verdade para evitar que atos como esse voltem a acontecer. Precisamos defender nossa democracia”, finalizou.
 

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