O senador eleito da Bahia e atual vice-governador Otto Alencar (PSD) falou sobre as últimas eleições e das expectativas para quando chegar ao Congresso, em 2015, durante entrevista à rádio Metrópole, nesta quinta-feira (30/10). Otto, que fez parte da chapa do governador eleito Rui Costa (PT), disse que vai se empenhar, principalmente, para fazer as reformas “que o Brasil precisa”.
“Vou para o Senado para ajudar a fazer as reformas. Não é possível continuar com essa eleição de dois em dois anos. Pra mim, se não tiver reforma política, reforma tributária, reforma do Código Penal, do fator previdenciário, não há como continuar mais”, defendeu o novo senador.
Sobre a vitória das candidaturas da chapa majoritária apoiadas pelo atual governador Jaques Wagner, que não apareciam bem nas pesquisas, Otto defendeu que a oposição errou ao se apegar nos levantamentos de intenção de voto e não na realidade. Para ele, as greves da Polícia Militar e dos professores foram negativas para Wagner, mas não afetaram a imagem dele de bom governador.
“Subestimaram o governador Wagner. Não se pode subestimá-lo porque ele teve um governo muito positivo. Tivemos investimentos em água, estrada, energia eólica, e as pessoas reconhecem muito isso”, explicou. No governado Wagner, Otto também foi titular da Secretaria de Infraestrutura.
‘Leviana’
No cenário nacional das eleições, Otto comemorou a reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT) e confessou que não acreditava na vitória, por conta dos ataques recebidos por ela, durante a campanha. Segundo ele, os ataques, que imaginava que teriam um efeito devastador para a reputação da presidenta, fizeram foi promove-la, principalmente no Nordeste.
“Aécio [Neves, do PSDB] chamava Dilma de mentirosa, de leviana, e o erro foi grande justamente aí. No Nordeste, mulher leviana é prostituta. Ele errou feio ao chamar a presidenta assim. Primeiro porque se trata da presidenta da República e de uma mulher”, defendeu.
Nordestinos
Otto também criticou as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que taxou os eleitores do PT de desinformados. “Foi uma infelicidade de FHC dizer isso. [Nas urnas] Os nordestinos disseram é que são muito gratos a Lula e a Dilma. Não se resolveu tudo ainda, mas se avançou muito”, concluiu.
No Senado, Otto Alencar vai ocupar a vaga de João Durval (PDT), que deixa o Senado, a partir de dezembro. Da Bahia, os outros dois senadores são Lídice da Mata (PSB) e Walter Pinheiro (PT).