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Restaurante Popular da Liberdade recebe nome de Alaíde do Feijão, a partir de proposta de Olívia

6 junho, 2025

A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) promulgou, no dia 20 de maio, a Lei 14.904/2025, determinando que o Restaurante Popular da Liberdade, na capital baiana, passe a ser denominado Restaurante Escola Alaíde do Feijão. A iniciativa partiu da deputada Olívia Santana (PC do B) que, através do PL 24.680/2022, decidiu prestar esta homenagem “à famosa quituteira que a Bahia perdeu para a Covid-19, em janeiro de 2022”.

A legisladora salientou, no documento que encaminhou à Mesa Diretora da Casa Legislativa, que a homenagem é “um grande reconhecimento ao legado de uma grande mulher negra, empreendedora, defensora da liberdade, da igualdade, da democracia e do desenvolvimento social e econômico do Brasil, que sempre alimentou os menos favorecidos, abrindo as portas do seu restaurante para quem não podia pagar, além de ser uma referência para todo o Centro Histórico de Salvador, onde está inserido o bairro da Liberdade”.

Filha de dona Maria das Neves, Alaíde desde criança acompanhava a labuta da mãe, que tirava o sustento da família num tabuleiro instalado na Praça Cayru, em frente ao Mercado Modelo – contou a parlamentar. “Ali ela aprendeu a dureza da vida cotidiana e os desafios de sobreviver numa cidade desigual e excludente”, anotou a deputada, trazendo sua ao assumir, nos anos 80, a responsabilidade de manter a clientela e expandir o negócio iniciado pela mãe, primeiro na Ladeira da Ordem Terceira de São Francisco, e, depois, na Rua das Laranjeiras.

A comunista destacou a posição de vanguarda da Bahia nas políticas de segurança alimentar, exaltando os restaurantes populares que oferecem refeições diárias, comercializadas por R$ 1,00, destinadas para trabalhadores formais e informais de baixa renda, desempregados, estudantes, aposentados, gestantes, moradores em situação de rua e famílias em situação de risco de insegurança alimentar e nutricional e vulnerabilidade social.

Olívia Santana lembrou que seu estabelecimento se tornou ponto de encontros de intelectuais, militantes do movimento negro, artistas, jornalistas, políticos, empresários, turistas e gente do povo, recebendo personalidades como os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. “Mulher negra que não fazia guerra, mas não fugia da luta, não desistia da labuta apesar de tanto não, tanta dor e perseguição. Alaíde é inspiração. Uma força que se expande, toma a gente, nos impulsiona, arrebenta barreiras, nos acredita quando tudo parece perdido e nos lembra que a nossa luta faz muito sentido. Alaíde é a flor de maracujá, a razão do fruto e da semente que nos faz lutar por respeito, igualdade e libertação”, definiu a deputada.

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