A seção baiana da União da Juventude Socialista (UJS-BA) se posicionou sobre as acusações feitas por integrantes da Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador (Ages) de que houve irregularidades no processo de eleição de delegados do estado para o 41º Congresso da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES). Confira a íntegra da nota emitida pela UJS:
As entidades estudantis UNE, UBES e  ANPG travam cotidianamente batalhas em defesa dos estudantes brasileiros, por mais direitos, mais democracia, desenvolvimento com inclusão social, educação pública, gratuita e de qualidade socialmente referenciada, combate a corrupção e mais democracia.
Por isso, o processo de eleição dos e das delegadas para o congresso dessas entidades é um momento rico para democracia brasileira. Eleições ocorrem em incontáveis escolas e universidades por todo território nacional, organizadas pelos próprios estudantes. Diversos coletivos políticos juvenis fazem parte e contribuem com essa celebração da democracia e ajudam a oxigenar o movimento estudantil.
Nós da UJS fomos surpreendidos com a notícia da ocupação do NR26, promovida pela AGES/Para Todos, denunciando supostas irregularidades no processo eletivo da Ubes. 
Pra entender os fatos, é preciso entender o processo para participar do Congresso da UBES. Ocorre da seguinte forma: cada escola pode eleger uma quantidade de delegados/delegadas e suplentes proporcional ao número de estudantes matriculados. A eleição pode ser organizada pelo Grêmio estudantil e, em caso de ausência do mesmo, uma comissão de 10 estudantes pode ser cadastrada no sistema online e público do congresso da Ubes.
Comprometidos com a lisura do processo eleitoral em todo Brasil, encaminhamos solicitação a ABES (Associação Baiana Estudantil Secundarista), que averiguasse a procedência de todas as comissões de dez estudantes, que constavam no sistema da Ubes. A Abes, como entidade geral de representação estudantil baiana, tem total legitimidade de solicitar a Secretária de Educação da Bahia uma pesquisa acerca da procedência ou não das informações constantes em cada comissão de dez estudantes.  Resultado: a NR26 (com total legitimidade também) apresentou os documentos para entidade baiana, cujo os nomes são inexistentes de forma integral ou parcial nas comissões de 10 estudantes cadastradas.  Ou seja, o que descobrimos foi que a AGES credenciou mais de 70 comissões com nomes que não pertenciam a unidade escolar. Assim constamos a irregularidade do processo nessas escolas, e solicitamos a Comissão Nacional de Credenciamento e Organização do 41° Congresso da Ubes a retirada de tais comissões de dez estudantes do seu sistema. Medida que resguarda o processo eleitoral da entidade, garantido a lisura e legitimidade, a preservando de eventuais fraudes.
O Art. 9º encontrado no Regimento do 41º Congresso da UBES, é claro:  “I – As comissões terão de se credenciar junto a UBES, apresentando o nome completo de seus componentes, série,turma,turno, e-mail, telefone e designar um responsável à CNECO.”  Portanto, ainda que acreditemos que não houve fraude por parte dos integrantes da AGES/Para Todos, é forçoso reconhecer que houve erro grave ao credenciarem em mais de 70 escolas baianas informações incorretas (como nome incompleto, incorreto, inexistente) no sistema da UBES, assim, assumindo o risco (como consta no regimento) de ter suas comissões de dez estudantes descredenciadas.
Realçamos a necessidade dos meios de comunicação, especificamente o Bahia Notícias, nesse caso específico, de sempre averiguar determinada informação e tentar ouvir todos os lados envolvidos, como nos ensina a prática do melhor jornalismo, antes de publicar esta ou aquela notícia, sob pena de propagar inverdades, distorções e/ou informações incompletas e incorretas, como neste caso.
Repudiamos a atitude dos membros da AGES/Para Todos, que por conta de erro único e exclusivamente deles, fazem uso dos instrumentos mais escusos para falsear a realidade, distorcer os fatos e atacar terceiros. Não condiz com o movimento estudantil a prática de perseguição política, portanto é lamentável a tentativa da AGES de transpor seu erro (ou fraude) para um funcionário da secretária de educação, numa clara tentativa de desligitama-lo diante de sua filiação partidária, chegando ao absurdo de pedir sua exoneração, bem como os ataques a Deputada Alice Portugal, parlamentar reconhecidamente destacada por sua intransigente defesa da educação brasileira. Práticas como esta estão na contramão do ambiente de rico debate de idéias do movimento estudantil brasileiro, lembram, infelizmente, os tristes e sangrentos anos de perseguição da ditadura militar brasileira.
Nesta atual quadra política, em que as idéias conservadoras avançam rapidamente, em que grupos políticos apostam na instabilidade democrática do país, e que uma crise econômica torna mais difícil a vida de milhões de trabalhadores e trabalhadoras , em especial da juventude, a UJS convida os companheiros e companheiras da AGES/Para Todos a fortalecerem o campo de esquerda, democrático , progressista e popular, na luta por mais direitos, que resista aos ataques empreendido pelos setores mais reacionários do congresso nacional encabeçado por Cunha, e que coletivamente possamos apontar saídas para crise! Mas sem descuidar da lisura, legitimidade e respeito ao regimento da UBES, entidade importantissima para o enfrentamento dos desafios que estão postos no atual cenário político. 
Salvador, 05/11/2015
Executiva Estadual
União da Juventude Socialista.