O deputado Zó (PCdoB) saiu em defesa da cultura e tradições nordestinas durante sessão na Assembleia Legislativa da Bahia na tarde desta terça-feira (17). Na ocasião, o parlamentar leu uma carta aberta de Sérgio do Forró, sanfoneiro, cantor e compositor há 55 anos, em que o artista faz um apelo e chama a atenção para a perda de espaço para estilos musicais distintos nas festas juninas.

Na carta, segundo o artista, “As grandes festas juninas, que sempre foram a expressão mais viva da nossa cultura, estão perdendo espaço para atrações que pouco ou nada têm a ver com a verdadeira essência do São João”.

Sérgio lembra ainda que os festejos juninos fazem parte da vida do povo nordestino e não podem ser descaracterizados com outros ritmos. “O forró, o xote, o baião, o arrasta-pé, a sanfona, o triângulo e a zabumba não são apenas estilos musicais: são memórias, são histórias, são resistência. São joão é a alma do povo nordestino e não pode ser descaracterizado em nome do lucro ou da moda passageira”.

O deputado cobrou atenção e cuidado para o uso dos recursos públicos destinados à preservação da cultura. “O Brasil, o Nordeste e a Bahia precisam tomar cuidado com os recursos públicos destinados a eventos e obedecer uma cota especifica para que o São João tenha forró.”

Zó lembrou ainda da importância de valorizar os pequenos artistas e sugeriu uma cota para forrozeiros de menor visibilidade. “Criou-se um modelo de festa que percorre todos os eventos, de rodeio a vaquejada, a São João, Carnaval. Tomou-se um espaço imenso que as pessoas sequer conhecem o forró tradicional. Até grandes artistas como Adelmário Coelho, Flávio José, Flávio Leandro e Santana perderam espaço, e os pequenos forrozeiros do sertão sequer são convidados para tocar. E quando são convidados são colocados em pequenos palcos ou em horários iniciais da festa em que não há público.”, finalizou.