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Núcleo do Barão de Itararé é lançado na Bahia para pensar comunicação

4 outubro, 2019


 
O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé lançou, na noite da última quinta-feira (03/10), em Salvador, sua seção na Bahia. O evento, que aconteceu no auditório do Sindicato dos Bancários, contou com um debate sobre a promoção da comunicação democrática, objetivo maior da entidade, que foi criada em 2010.
O presidente do ‘Barão de Itararé’, o jornalista e blogueiro Altamiro Borges, esteve presente na atividade e palestrou, ao lado da jornalista e escritora Nathali Macedo, do Diário do Centro do Mundo (DCM). Na ocasião, Altamiro defendeu que é urgente o debate sobre a comunicação democrática, pelo cenário de altíssima concentração da mídia, que produz fenômenos políticos ‘regressivos’.
“A mídia [tradicional e concentrada] é protagonista nesse processo de regressão [a partir da eleição do presidente Jair Bolsonaro]. É quase um estado dentro do Estado. Promoveu a negação e a criminalização da política, que ajudaram a eleger esse grupo”, explicou o presidente nacional do ‘Barão’.
Altamiro ainda avalia que contribuir para a eleição de Bolsonaro trouxe consequências impensáveis para a própria mídia tradicional, entre elas, o ataque do presidente à liberdade de expressão. “Ela criou um monstro e está sofrendo com isso. […] Bozo está asfixiando a mídia e convocando a militância para atacar jornalistas. A Miriam Leitão [jornalista da Globo] não consegue fazer um lançamento de livro”, disse.
É neste contexto de ataque à liberdade de expressão e de concentração midiática que o ‘Barão’ na Bahia está inserido e deve atuar, segundo o presidente. “Temos que criar núcleos que façam esse diálogo. Unir na diversidade. O que nos une é a luta pela liberdade de expressão, a democratização da comunicação e a promoção da justiça social”, completou.
O debate foi conduzido pelo jornalista e economista Emanuel Souza, que estará à frente do núcleo do ‘Barão de Itararé’ na Bahia.
Diversidade e inclusão
A jornalista e escritora Nathali Macedo, que integra a mídia contra-hegemônica, defendeu que, apesar de ‘tenebroso’, o momento político é rico para quem promove a comunicação alternativa, pois, segundo ela, “a resistência também está articulada, assim como a ofensiva”. Para ela, é a hora da reinvenção do discurso, com a defesa da diversidade e da inclusão.
“A internet [por exemplo] é um espaço de disputa de narrativa. A mídia alternativa tem um compromisso ético com a diversidade. Mas é preciso compreender que quando se chega [as minorias] nesses espaços, não acaba a desigualdade. É a luta apenas começando”, completou.
O evento de lançamento do ‘Barão de Itararé’ na Bahia também contou com a participação de Julieta Palmeira, secretária de Política para as Mulheres do governo do Estado e militante do movimento de democratização da comunicação; da deputada estadual Olívia Santana (PCdoB); do jornalista e escritor Emiliano José; e do presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), Moacy Neves.
No final do encontro, foi aprovada a formação de um conselho do ‘Barão de Itararé’ na Bahia, composto por diversas entidades do movimento popular e personalidades políticas.

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