A bancada do PCdoB na Câmara Federal sempre se posicionou a favor da saída do deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) da presidência da Casa e comemorou a renúncia ao posto anunciada por ele, na última quinta-feira (07/07). No entanto, os parlamentares comunistas têm alertado para a possibilidade de a decisão ser mais uma manobra de Cunha para salvar o mandato.
A nossa equipe conversou sobre a renúncia do presidente, que já estava afastado, com os três deputados federais do PCdoB da Bahia. Saiba como Alice Portugal, Daniel Almeida e Davidson Magalhães encararam a notícia que movimentou o Brasil inteiro, na última quinta-feira:
 
Davidson Magalhães
A renúncia de Cunha é uma manobra porque ele já está afastado e não tem possibilidade de retorno. É uma manobra do governo golpista de Michel Temer para salvar o mandato de Cunha. É uma desmoralização da vida política! A turma que afastou uma presidenta honesta é a mesma turma que está tentando manter um criminoso comprovado na Câmara. É um acinte um marginal deste estar controlando o País. Mas a manobra não vai vingar porque a população está acompanhando de perto. Seria uma desmoralização da Câmara dos Deputados e do governo de Michel Temer.
 
Alice Portugal
É uma vitória do povo. Foi uma grande pressão para que essa renúncia acontecesse. Ao mesmo tempo, a renúncia será uma tentativa de eleger um presidente ligado a ele, ligado ao ‘Centrão’, que ele oficializou através da chantagem, de artimanhas inconfessáveis e que hoje o Brasil passa a ter conhecimento. Este Centrão foi o que se articulou para o processo de impeachment. […] Queremos na presidência alguém que tenha força para impedir a pauta conservadora e, ao mesmo tempo, garantir liberdade de manifestação e expressão, que hoje está proibida na Câmara.
 
Daniel Almeida
A renúncia foi feita em um ato teatral. A presença dele na condução da Câmara representou um grande prejuízo para a democracia brasileira. Era esperado esse gesto dele [de renunciar] e há uma comemoração em todo o País no ambiente político. Mas podemos esperar outras manobras que ele pode continuar tentando fazer para manter o poder na Câmara. Devemos estar vigilantes.